GENTE QUE QUER CRESCER

Tuesday, August 15, 2006

TRAJECTÓRIAS

Apesar de estarmos em tempo de férias, e muitos de nós gozando, muito provavelmente, do sol duma bela praia ou do verde e encanto da montanha, é bom ir alimentando o espírito. Também ele precisa de descanso. Precisa de se limpar das toxinas com que, durante a nossa stressante actividade, o vamos carregando. E nada melhor do que um bom texto para estimular o nosso olhar contemplativo sobre a beleza que nos rodeia. A beleza exterior leva-nos à beleza interior. Também aí há lugar e lugares para contemplação. Deixo aqui um texto que me tem deliciado, de Jacques Salomé em "A coragem de ser autêntico".
"Para cada um de nós, cada trajectória
de procura pessoal dispõe dum lugar no
espaço-tempo do universo.
Cada existêntica tem um papel
a desempenhar na grande coreografia
cósmica da história humana.
Cada percurso de vida, suspenso
entre a terra e o céu, desenha
as suas voltas e os seus arabescos,
os seus regressos e os seus movimentos
de circunvalação, submetida que está
a grandes aspirações contraditórias
entre ancoragem e enraizamento
impulso ou erguer em voo.
As nossas errâncias oscilam entre expansão
para os outros e regresso, desdobramento
ou recolhimento sobre si mesmo.
Nós procuramo-nos através de saltos
sucessivos, três passos para a frente e
por vezes dois atrás, quando não é
necessário dar um salto para o lado.
A busca sem fim do melhor de si move-se
no enclave de liberdade que se oferece
a cada um entre dívida e confiança,
alívio e autonomia, na fronteira do definido
e do indefinido, do passado e do futuro,
entre o oriente e o poente de cada ser."

Thursday, August 10, 2006

FESTIVAL DA PAZ (cont)

O primeiro texto ficou suspenso...Creio que abusei de palavras. É bom, porque um texto pequeno lê-se melhor. Mas, eu gostaria de dizer algo mais sobre o pensamento do Pierre.
Trata-se, então, de desenvolver as três ecologiass: pessoal, social e ambiental. Ou seja, começando por mim, pacificando-me a nível do corpo, do coração e do espírito, prossigo para a pacificação com os outros desenvolvento acções a nível de familiares e amigos, a nível da cultura, do social e do político e a nível da economia. Depois, vem a ecologia ambiental procurando a paz com a matéria, com avida e com a programação da Natureza. E o autor desenvolve pormenorizadamente cada um destes pontos.
Olhando para o nosso mundo e para os conflitos armados que os meios de comunicação nos transmitem todos os dias; percebendo que nem a boa vontade da diplomacia consegue fazer alguma coisa; olhando ainda para o nosso lado e vendo quanto conflito a nível pessoal, familar, etc, podemos deixar cair os braços e dizer: que posso eu fazer? Valerá alguma coisa o pouquinho que eu possa fazer? O próprio Pierre responde a esta questão com a história do beija-flor:
"O beija-flor se encontrou no meio de um incêndio que deflagrou na floresta que ele habitava. Todos os animais estavam fugindo apavorados menos ele. O passarinho tirava gotinhas de água de um lago e as jogava no fogo. Repetia esse comportamento sem cessar, até que uma coruja intrigada perguntou: "Beija-flor, você enlouqueceu? Você está pensando que vai apagar o incêndio jogando gotinhas de água no fogo?" Respondeu o beija-flor com a maior calma do mundo: "Eu não vou apagar o incêndio, mas eu faço a minha parte".

FESTIVAL DA PAZ

Organizado pela Universidade Internacional para a Paz (UNIPAZ), vai decorrer, nos primeiros dias de Setembro, em Florianópolis, Brasil, o Festival Mundial da Paz. Neste momento já a Chama da Paz, guardada dia e noite por voluntários, está a iluminar a cidade de Florianópolis. E todos os participantes foram convidados a preparar-se fazendo aquilo que puderem pela paz tanto a nível pessoal, como no meio em que vivem.
Pessoalmente, lembrei-me de reler o Livro de Pierre Weil, fundador da UNIPAZ, a "Arte de Viver a Vida". Transcrevo um pouquinho da Introdução (o livro é escrito em português do Brtasil e assim o deixo):
"Muitos são os que procuram a paz e a serenidade no companheiro, no marido ou na esposa, nas honrarias de um título de doutor ou de alto executivo, num partido político, numa ideologia, no Japão ou nos Himalaias.
Eles acabam não encontrando o que procuravam e continuam infelizes, brigando com todo o mundo, procurando refúgio no excesso de actividade e no trabalho febril, estressados e doentes.
Hoje, graças ao encontro da medicina psicossomática moderna e das novas terapias, com a sabedoria vinda do Oriente e as grandes tradições espirituais sabe-se quais as grandes áreas em que se pode actuar para encontrar a paz que perdemos, pois poucos são os pais e educadores contemporâneos que ainda possuem esses conhecimentos e estão realmente em condições de transmiti-los aos seus filhos ou educandos".
Depois, ao longo das 217 páginas do livro, Pierre Weil vai desenvolvendo aquilo a que ele chama as "TRÊS ECOLOGIAS" ou "TRÊS CONSCIÊNCIAS" - ecologia interior ou ecologia do ser, mediante a qual a pessoa se põe em paz consigo própria, ecologia social, pela qual a pessoa busca a paz com os outros e ecologia ambiental pela qual a pessoa se coloca em paz com a natureza. Estes são, segundo o autor, os pilares para a paz