GENTE QUE QUER CRESCER

Friday, November 24, 2006

PAZ

Lentamente vai chegando aquele tempo bonito em que toda a gentez deseja PAZ a toda a gente. Desde o canto do "Glória a Deus nas alturas e PAZ na terra aos homens...", até aos nossos votos e desejos que vamos endereçando e deixando cair por aqui e por acolá, tudo fala e canta a PAZ. E ainda bem que há uma época do ano, seja por que motivo for, em que deixamos de lado as nossas divisões e conflitos, para nos abrirmos ao GRANDE AMOR UNIVERSAL, que se manifesta em comunhão com todo o ser criado. Talvez seja também o momento para olharmos para a paz que trazemos ou não trazemos dentros de nós. Estamos em Paz? De que é feita a nossa Paz? O meu corpo está em paz? A minha mente está em Paz? As minhas emoções estão em paz? Se a nossa resposta for negativa ou não for tão positiva quanto gostaríamos, o que podemos fazer para nos pacificarmos?
Tenho andado a ler um livro do mexicano Jorge Carvajal, que ainda não está em português e que é uma verdadeira pérola de sabedoria. Deixo-vos aqui, em tradução livre, uma dessas pequenins pérolas:
"Está em paz aquele que não carrega com o passado. Paz, é deixar passar, sem nenhuma resistência, é permitir que a lição dos acontecimentos seja a única coisa que resta do passado no presente (...) É dizer não quando tivermos de nos afirmar numa negação, é deixar sair o que guarda o coração para que não se retenha e não se corrompa a corrente do amor (...) A paz é flexível, tolerante, fluída, vulnerável. É feita de aceitação que é não-resistência activa ou não-violenta (...) Paz acontece quando aprendemos a escutar. Quando assuminos a atitude de aprendiz e fazemos de cada acontecimento um mestre".
(Jorge Carvajal, in Por los senderos del alma)

Friday, November 17, 2006

FEIRA DA SOLIDARIEDADE

"Cada um é livre de ter aquilo que lhe agrada mas, o que conta, acima de tudo, é a atitude que se tem face às coisas (...). Um bâton, um bilhete de identidade, uma nota de banco chegam como conteúdo de uma mala de mão. Se só tiver uma lima para a unhas, saberá sempre onde encontrá-la. O que é material deveria ter uma importância mínima, para lá do conforto, da qualidade do ambiente e de um ou dois belos móveis. Recusar possuir demasiado é poder apreciar mais plenamente tudo o que traz alegrias espirituais, emocionais, intelectuais.
Deite fora o que é inútil ou demasiado usado (...). Dê o que puder servir (livros, roupa, louça...).
Venda os bens de que não se serve ou se serve pouco. Depois de ter feito o vazio, aprecie enfim o privilégio de nada mais ter para oferecer aos ladrões, às chamas, aos mitos e aos invejosos. Possuir mais do que o mínimo essencial é carregar-se de novas infelicidades. E depois, todos sabemos, ninguém é capaz de nadar com demasiada bagagem".
(Dominique Loreau, em "A Arte da Simplicidade")
Vem este texto a propósito da FEIRA DA SOLIDARIEDADE que terá lugar no Espaço RUAH nos dias 1-2-3 de Dezembro das 14 às 17 horas. Todos/as os que lerem este Blog estão convidados/as a passar por lá, trazer ou não uma peça, um objecto, de que se possam ou queiram desfazer (talvez outros precisem dele) e conviver na partilha fraterna. Será, se assim o quiserem, um momento de solidariedade e de FESTA. Ah! e tragam um amigo...É sempre melhor a gente estar acompanhada. Até porque vai chegando o Natal, a grande Festa do Deus connosco e da Família, da grande Família Humana.

Sunday, November 12, 2006

"VERDE QUE TE QUIERO VERDE"

Um poema lindo de Frederico Garcia Lorca, que uma amiga me mandou:

"Sinto o abraço mineral dos montes
que me envolve o corpo e me faz planta.
Saio da galáxia da cidade
e transformo-me no ar em coisa leve:
deixo de falar e apenas vivo.
Então eu sou, e os pássaros flutuam
por cima dos pinhais. Sou eu, verde
no verde que cobre o dia inteiro.
Transformo-me em ausência, vou-me embora
coberta de flores ainda em botão.
Sou eu enquanto alcanço a terra
e os montes me dizem o que são".
(em Deserto Pintado)

Saturday, November 11, 2006

A ATITUDE DO APRENDIZ

A propósito de Desenvolvimento Pessoal e do comentário da Paula, apetece-me transcrever o que li há dias sobre a atitude do aprendiz:
"Na vida, temos um direito essencial: o de nos enganarmos. E esso mesmo direito concede-nos a oportunidade de repetir uma e outra vez aquilo que ainda não aprendemos. A memória a longo termo, essencial para aprender, implica repetir para gravar; da mesma forma, para incorporar as lições e fazê-las nossas, a vida leva-nos a repeti-las uma e outra vez. Aprendemos as lições crucias da vida com as quedas. Cair uma, duas, mil vezes; levantar-se uma, duas, mil vezes. Cair para se levantar até aprender, é a história da vida humana. Não temos nada a perder se pudermos aprender".
(Jorge Carvajal, em "Por los senderos del alma")

Tuesday, November 07, 2006

ONDE POREI MEUS OLHOS...

Hoje, partilho convosco o poema da minha agenda apra esta semana:

"Onde porei meus olhos que não veja
A causa donde nasce meu tormento?
A que parte irei co pensamento
Que para descabsar parte me seja?

Já sei como se engana quem deseja,
Em vão amor, firme contentamento:
De que nos gostos seus, que são de vento,
Sempre falta seu bem, seu mal sobeja.

Mas inda, sobre claro desengano,
Me traz esta alma sojigada
Que dele está pendendo meu desejo...

E vou de dia em dia, de ano em ano,
Após um não sei quê, após um nada:
Que, quanto mais me chego, menos vejo!"

(Diogo Bernardes)