GENTE QUE QUER CRESCER

Wednesday, April 25, 2007

PRIMAVERA

"Está alta no céu a lua e é Primavera
Penso em ti e dentro de mim estou completo.

Corre pelos vagos campos até mim uma brisa ligeira.
Penso em ti, murmuro o teu nome; não sou eu: sou feliz.

Amanhã virás, andarás comigo a colher flores pelos campos,
E eu andarei contigo pelos campos a ver-te colher flores.

Eu já te vejo àmanhã a colher flores comigo pelos campos,
Mas quando vieres àmanhã e andares comigo realmente a colher flores,

Isso será uma alegria e uma novidade para mim.

(Alberto Caeiro)

Vem este poema a propósito da Festa da Primavera promovida pelo "Espaço RUAH" e que será já no próximo fim-de-semana. Vamos para a montanha celebrar a VIDA. Esta vida que desponta, como uma rebentação da Mãe-Terra, em toda a sua exuberância.
Vamos espreitar os poetas e os costumes dos povos primitivos, e vamos colocar-nos em sintonia com eles para viver este tempo privilegiado em que tudo apela à renovação - exterior e interior.
Vamos cobrir-nos de flores, vamos invocar os elementos da Natureza e vamos sentir a nossa fragilidade-grandeza de criaturas que vivem com os pés bem plantados na terra mas projectadas no Cosmo...como as árvores, bebendo a mesma energia que as alimenta e sentindo-nos profundamente em comunhão com elas. E com todos os seres criados.
E, quem não conseguir acompanhar-nos à montanha abra a janela maior da sua casa e deixe o ar entrar em grandes lufadas. Respire a plenos pulmões, sinta o perfume das flores, ouça o chilrear dos pássaros, olhe as andorinhas atarefadas a fazer os seus ninhos e sinta-se em comunhão...Contemple o céu azul e deixe entrar em si a luz. E que ela limpe todas as toxinas que um longo inverno - o real e talvez outro, o de dentro - deixaram em si.

Friday, April 13, 2007

METÁFORA

REAVIVANDO A CHAMA INTERIOR
Aconteceu há muito tempo na Índia.
Havia um rei muito rico que tinha fama de ser indiferente a toas as suas riquezas e haveres.
Um dos seus súbditos quis saber qual era o segredo.
Disse-lhe o rei:
- "Revelar-te-hei o segredo se percorreres todo o meu palácio para perceberes, por ti próprio a magnitude das minhas riquezas. Mas, atenção, tens de fazer isso com uma vela acesa na mão e não podes deixar que ela se apague. Se a deixares apagar, mando-te decapitar".
O súbdito voltou depois de ter percorrido todo o palácio.
- "O que pensas então de todas as minhas riquezas?" - perguntou-lhe o rei.
- "Eu não vi nada - respondeu o súbdito - pois estive o tempo todo preocupado em não deixar apagar a vela".
- "É esse o meu segredo" - respondeu-lhe o Rei. "Ando tão ocupado em manter viva a minha chama interior que não me interessam as riquezas da terra".
Como anda o cuidado com a nossa chama interior? E o que vamos fazendo para a reavivar quando ela eventualmente se esmorece?