GENTE QUE QUER CRESCER

Wednesday, September 15, 2004

MUNDO INTERIOR

BOM DIA!
Antes de mais, peço desculpa às minhas intercomunicadoras/res por este "novo rosto" do meu Blog sem prévio aviso. Houve dificuldades técnicas com a instalação do primeiro, que continua lá, mas com outro acesso, e então, decidi criar um novo. Continuamos, então, a partir daqui na certeza de que "este é o primeiro dia do resto das nossas vidas".

E aqui vai um pequeno texto que nos pode ajudar a olhar melhor para o nosso mundo interiror:

"Não tenho palavras para exprimir a minha solidão, a minha
tristeza ou a minha ira.
Não tenho palavras para exprimir a minha necessidade de
diálogo, de compreensão, de reconhecimento.
Então, insulto ou bato.
Então injecto-me, bebo ou entro em depressão.

A violência, interiorizada ou exteriorizada, é o resultdo de uma falta de vocabulário: é a expressão de uma frustração que não encontrou palavras para se exprimir.
Pudera! A verdade é que nunca chegámos a adquirir o vocabulário da nossa vida interior. Não chegamos a aprender a descrever com precisão o que sentimos nem quais são as nossas necessidades. E no entanto a partir da nossa infância aprendemos muitas palavras: somos capazes de falar sobre história, geografia, matemática (...), mas será que chegamos a aprender as palavras da vida interior?
Ao crescermos, privámo-nos dos nossos próprios sentimentos para tentar escutar os sentimentos e as necessidades do pai, da mãe, dos irmãos, das irmãs, do professor, etc...
E assim ficamos à escuta dos sentimentos e das necessidades de todos - patrão, cliente, vizinho, colegas de trabalho - menos dos nossos. Para sobrevivermos e para nos integrarmos, de alguma forma achámos que nos deviamos privar de nós próprios".

(D'ANSEMBOURG, Thomas - Seja verdadeiro, ed. Ésquilo, Lisboa, 2003, p.25-26)

Como este texto se enquadra tão perfeitamente na minha experiência de cerca de metade da minha vida! Levei tanto tempo a aprender a nomear o meu mundo interior!... Mas, por outro lado, sinto que bem cedo comecei a nomeá-lo para mim. Ajudaram-me nesta tarefa difícil os meus pequenos "caderninhos-diário", os grandes confidentes das minhas horas de solidão a paritir da minha adolescência. Depois, foi só ter a coragem de dar voz a este mundo que fervilha quer a gente queira quer não. E é a aprtir daqui que a nossa vida vai tomando densidade e que a nossa atenção ao mundo dos outros se vai tornando fecunda.

1 Comments:

  • At 10:24 AM, Blogger Ilda Fontoura said…

    Ao que parece, este nosso Blog está um diálogo entre mim e a Anabela. Não faz mal. O importante é não desistir. E ir teimando até que a inspiração de outros chegue.
    Emtretanto apetece-me dizer algo sobre esta coisa do mundo interior. Não sei se há muita gente que sabe que tem UM MUNDO INTERIOR...A maior parte das pessoas anda tão envolvida nas suas actividades e em grande parte em futilidades da vida, que nem se dão conta de que estão sozinhas, tristes, abandonadas, insatisfeitas, possivelmente felizes e alegres..E a nossa verdadeira vida, passa por aí. Por aquilo que sentimos. E crescemos a partir daí, sobretudo, quando ousamos verbalizar todo esse mundo.

     

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