GENEROSIDADE
Já aqui referi que um dos meus poetas preferidos é o hindu Tagore - Rabindranath Tagore. Neste momento é um dos meus chamados "livro de cabeceira". Antes de conhecer este livro, antes de conhecer mais nada de Tagore, tomei conhecimento com o texto que partilho convosco. Com um grupo de amigas, acabámos por pô-lo em cena. Já lá vão muitos...muitos anos!!! Para mim continua atual e inspirador. Por isso, aí vai:
"Ia eu pelo caminho da aldeia,
pedindo de porta em porta,
quando o teu carro de oiro apareceu ao longe,
como sonho magnífico.
E eu perguntava, maravilhado,
quem seria aquele rei dos reis.
As minhas esperanças voaram até ao céu,
e pensei que os meus dias maus tinham acabado.
E fiquei à espera de esmolas espontâneas,
tesouros atirados ao pó.
O carro parou a meu lado.
Olhaste-me e desceste sorrindo.
Senti que por fim tinha conseguido a felicidade da vida.
Mas, de repente, estendeste-me a mão direita:
- Podes dar-me alguma coisa?.
Ah! De que se havia de lembrar a tua realeza!
Pedir esmola a um mendigo!
Eu estava confuso e não sabia o que fazer.
A seguir, muito devagar,
tirei do meu saco um grãozinho de trigo e dei-to.
Mas qual não foi a minha surpresa, quando à tarde,
ao despejar o meu saco no chão,
encontrei naquele miserável monte
um grãozinho de oiro.
Como chorei amargamente
Por não ter tido a coragem de ter dado tudo para ti."
"Ia eu pelo caminho da aldeia,
pedindo de porta em porta,
quando o teu carro de oiro apareceu ao longe,
como sonho magnífico.
E eu perguntava, maravilhado,
quem seria aquele rei dos reis.
As minhas esperanças voaram até ao céu,
e pensei que os meus dias maus tinham acabado.
E fiquei à espera de esmolas espontâneas,
tesouros atirados ao pó.
O carro parou a meu lado.
Olhaste-me e desceste sorrindo.
Senti que por fim tinha conseguido a felicidade da vida.
Mas, de repente, estendeste-me a mão direita:
- Podes dar-me alguma coisa?.
Ah! De que se havia de lembrar a tua realeza!
Pedir esmola a um mendigo!
Eu estava confuso e não sabia o que fazer.
A seguir, muito devagar,
tirei do meu saco um grãozinho de trigo e dei-to.
Mas qual não foi a minha surpresa, quando à tarde,
ao despejar o meu saco no chão,
encontrei naquele miserável monte
um grãozinho de oiro.
Como chorei amargamente
Por não ter tido a coragem de ter dado tudo para ti."
posted by Ilda Fontoura @ 8:57 AM
3 Comments:
At 7:20 AM,
Lucinda said…
Esta questão da generosidade tem sido coisa sobre a qual tenho vindo a reflectir. Quantas vezes deixei de dar, de me dar, por achar que o que tinha era pouco, que o que podia oferecer nao faria diferença não seria uma mais valia...e este pensamento até certo ponto também é confortável pois serve de justificação para mim mesma e assim não me incomodo, não saio da minha zona de conforto! O problema é que também não evoluo, pois vou descobrindo que o pouco que me dou é infinitamente mais pequeno que o que recebo. E isto é um processo dinâmico e talvez seja exactamente por isso que sempre vemos as mesmas caras nisto e naquilo...pessoas que descobrem a alegria e o retorno que há em se darem! O curioso é que a Biblia nos dá grandes exemplos de homens que á partida não tinham nada para dar e é exactamente a esses que Deus chama.
Ou seja, nem esta desculpa do " quem sou eu?" deveria ter, se de facto a minha confiança estivesse no Senhor, pois só ele pode transformar o pequenino grao que posso dar em ouro...
E este abandono, esta confiança, parece-me tarefa para uma vida...vou caminhando!
At 9:17 AM,
Ilda Fontoura said…
Lembras-te daquela metáfora do Beija-flor e da gotinha de água para apagar o fogo? Para mim é de uma sabedoria imensa...
Diz-se que "o meu pouco com o teu pouco dá muito"? Lembro-me da matemática "menos por menos dá mais", né? Pois é, se calhar temos de pensar menos, de escolher menos, e dar tudo sem reservas.
At 9:17 AM,
Ilda Fontoura said…
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