GENTE QUE QUER CRESCER

Sunday, November 16, 2008

CARTAS DE AMOR

Há uma canção e poema que começam por este refrão: "Cartas d'amor quem as não tem..." Hoje, cheira a velharia falar em cartas de amor. Ninguém já escreve cartas e muito menos cartas de amor. Hoje, tudo se resume a "mensagens" rápidas, rápidas, num vai-vem igual ao frenesi da vida. Não me julgo saudosista, daquele tipo de debitar a cada passo o "no meu tempo é que era bonito, no meu tempo é que era bom"...Não, eu creio que a Humanidade evolui e nós com ela. E, o que passou, passou. Foi bom, naquele tempo, mas, agora, há outras coisas...Melhores, piores, não sei...diferentes. Mas que eu sempre gostei de escrever cartas, é um facto. Fossem elas de amor ou outras (creio que todas as que escrevi e foram muitas), foram cartas e amor!...Aquele debruçar-se sobre o papel em branco com o rosto da pessoa em fundo, aquele entrar dentro de mim, para sacar o que partilhar...era ou não era um acto de amor? Para mim era e continua a ser.
Vem isto a propósito das célebres "cartas de amor". É que, há tempos, descobri um livro de Kahlil Gibran, traduzido e adaptado por Paulo Coelho, intitulado precisamente "cartas de amor do profeta". Como, desde que li "O Profeta", não perco um livro de Kahlil, comprei-o. É uma delícia que todos os namorados e amantes deviam conhecer. Aí vai um bocadinho, para aperitivo:
"Tens o dom da compreensão, minha amada Mary. Tu és como o Grande Espírito que se aproxima do ser humano, não apenas para dividir os seus dias com ele, mas para fazer com que sejam mais intensos. Quando te conheci, o milagre desse teu dom fez com que os meus dias e noites, mudassem por completo.
Sempre pensem que, quando alguém nos entende acaba por nos escravizar - já que aceitamos tudo para sermos compreendidos. No entanto, a tua compreensão, trouxe-me a paz e a liberdade mais profundas que já experimentei. Nas duas horas da tua visita, descobriste um ponto negro no meu coração; tiras-te-o do meu peito, tocaste-o, e ele desapareceu para sempre - quebrando as correntes que me aprisionavam.
Que Deus te abençoe."

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