FERNÃO CAPELO GAIVOTA

Tenho andado numa atitude de "limpeza" de coisas desnecessárias, que ocupam espaço e não são utilizadas. É energia parada e que, por isso, não beneficia ninguém. Assim, trato de lhes dar destino, passando a outros ou simplesmente destruindo. Num "dossier" velhinho de uns 20 e tal anos encontrei extractos de um livro que li e reli e que muito marcou a minha vida e a minha caminhada. Trata-se da "História de Fernão Capelo Gaivota," de Richard Bach, que alguém me ofereceu nos longínquos anos de 1974-75. O que dele então extraí é tão actual e continua a tocar-me tanto, que não resisto a deixá-lo aqui em jeito de partilha fraterna:

"O paraíso não é um lugar nem um tempo. O paraíso é ser perfeito". E logo a seguir, o autor explica o que entende por "perfeição": "Começarás a aproximar-te do paraíso no momento em que alcançares a velocidade perfeita. E isso não é voar a mil e quinhentos quilómetros à hora, nem a um milhão e quinhentos mil, nem voar à velocidade da luz. Porque nenhum número é um limite e a perfeição não tem limites. A velocidade perfeita, meu filho, é estar ali".

"É estranho...As gaivotas que desprezam a perfeição por amor ao movimento não chegam a parte alguma. As que ignoram o movimento por amor à perfeição chegam a toda a parte instantaneamente".