GENTE QUE QUER CRESCER

Thursday, June 08, 2006

SOLIDÃO

Há dias em que um sentimento de melancolia nos preenche como uma mancha cinzenta, ocupando todo o nosso ser, toldando a nossa visão, como se esse cinzento se espalhasse ao nosso redor. Disse CINZENTO? Porque atribuimos cores aos nossos estados de espírito? É que, há, de facto, uma afinidade, vivida consciente ou inconscientemente, entre nós e as cores. Ainda hoje lia algures: "O ser humano está rodeado de cores desde o nascimento e é influenciado por elas através da visão, da pele e da respiração.(...)As cores de que as pessoas não gostam dizem muito sobre o que as pessoas são no seu íntimo, mas têm medo de demonstrar. As cores preferidas funcionam como as máscaras que utilizamos para nos apresentarmos ao mundo".
Verifico agora que mudei de assunto. Era de solidão que eu queria falar. Veio o resto a propósito do cinzento. Voltarei, um dia, à questão das cores. Então, daqueles dias "cinzentos" que posso dizer? Que são pesados, longos, desamparados e que a gente fica para ali sem saber se sai, se não sai, se telefona, se não telefona, etc..E, o único movimento a fazer é mesmo pegar no telefone. Ligar, de preferência, para alguém que temos a certeza que nos aprecia e gosta de nós, melancólicos ou alegres, dando ou pedindo. E foi outro texto que me sugeriu esta reflexão. Este de St. Exupéry: "Não tenho esperanças de poder sair sozinho da minha solidão. A pedra não tem esperança em ser algo mais que pedra, mas ao colaborar com as suas semelhantes agrupa-se e faz-se Templo". Não nascemos para vivermos sozinhos mas para nos associarmos a outras pedras e com elas construirmos mundos. No entanto, há aquele mais íntimo de nós mesmos, onde, num dado momento, cada um se sente só consigo mesmo. É como se nada nem ninguém nos pudesse preencher. E essa solidão é para ser vivida e para nos relançar em novas procuras.

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