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Tuesday, April 04, 2006

O CORPO E SEUS SÍMBOLOS 3

Prometi continuar com este tema de análise do corpo e das suas memórias. E já lá vão umas semanas, ou uma pelo menos, sem que eu tenha voltado ao Blog. As minhas desculpas aos leitores que esperam mais. Penso que é fundamental esta atenção ao nosso corpo e aos sinais que ele nos vai enviando. Se nos distraímos, e só lhe damos atenção quando ele se queixa "à brava", pode ser tarde demais para o compensar.
Como disse, sigo nesta reflexão o autor Jean-Yves Leloup, apresentando, apenas, algumas curiosidades. Segundo ele, e citando outros autores, os pés, por exemplo, são, para uns, um símbolo erótico, para outros, o símbolo da nossa força. É o suporte que temos para permanecermos erectos. Em certas práticas de Yoga, há a purificação dos pés em água salgada. Em práticas espirituais há o lavar os pés antes das orações, ou o lavar os pés aos discípulos, no caso de Jesus. É como se lavando os pés, todo o nossos corpo fosse lavado das impurezas que a vida (a poeira do caminho) vai deixando nele. Noutras tradições ainda, os pés são o símbolo do poder...o ponto de contacto com o real. Lembremos o dito "ter os pés assentes na terra". Ficamos nós no mundo das ideias ou temos "os pés assentes na terra" sem medo de contactar com o "real" da nossa vida?
E dos joelhos, que podemos dizer? Parece que nalgumas línguas, há uma ligação entre a palavra joelho e a palavra filho. Ser filho, ser filha, é estar no colo, sobre os joelhos. E o menino ou menina que não teve colo ficou privado desta bênção de comunicar com o pai e a mãe, sentado nos seus joelhos. Em certas tradições, também na tradição bíblica, "dobrar os joelhos" diante de alguém é sinal de respeito e submissão. Na verdade, só o deveríamos fazer diante de Deus...
Mas também os joelhos são o símbolo do poder e de domínio. Obrigar alguém a "dobrar os joelhos" é exercer domínio (que é diferente de poder) sobre ele.
Portanto, ao pensar nos nosso joelhos, tanto podemos lembrar-nos do que não tivemos (da ausência do colo, por exemplo), como da força, do poder e da bênção que nos chegaram através deles.

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