GENTE QUE QUER CRESCER

Monday, May 12, 2008

ÍNDIA II

Depois da minha viagem apeteceu-me ler um livro sobre a Índia, que relata a viagem de uma jornalista e um fotógrafo, por caminhos do Ganges, da Rajastão e de Caxemira. Já na parte final do livro diz a autora:
"Longe da Índia, aprendi que, por mais coisas que vejas, ficas sempre com a sensação de que ainda não viste nada, de que o melhor se esconde atrás das cortinas que ocultavam o interior daquela casa que não tiveste tempo de visitar, de que perdeste algo fundamental ali mesmo, revelador do objectivo da viagem, e que tens de regressar para acabar de ver o que já viste. Porque a viagem, como a vida, não pode fechar-se em si mesma".
(Eugénia Rico, em No País das Vacas sem Olhos)
Concordo com a autora. Em cada viagem que faço, fica em mim o desejo de voltar. Mesmo à Índia, apesar da dureza do clima, e de todas as outras condições em que a viagem é feita, sobretudo apesar da dor que nos causa a contemplação de tanta miséria, de tanta pobreza e discriminação. Não viajo para dizer que já visitei uns tantos países! Não, a minha sede é outra. É o conhecimento. É a abertura a outras culturas e a outros modos de ser e de viver. É perceber por dentro esta humanidade na sua totalidade, na sua progressão e procura de felicidade e de bem-estar, desejo inculcado no mais profundo do coração humano de todas as raças e culturas.
Este desejo vem ao de cima particularmente nas práticas religiosas das mais diversas religiões. A Índia é Hinduísta. Nascer na Índia é nascer hinduísta, embora aí encontremos também o Islamismo e um quase nada de Busdismo. O Hinduísmo com todos os seus deuses, com todos os seus cultos, com toda a sua fé no Karma e a Reincarnação! Também com os seus místicos: Tagore, Krishnamurti...É assim a nossa humanidade. É neste conjunto que todos continuamos a caminhada, cada um a sua, em busca sempre da felicidade, do bem-estar.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home