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Friday, January 27, 2012

ROSAS

Fora do tempo das rosas, aparecem-me estas "rosas do deserto" que há uns anos encontrei, sim, em pleno deserto. Foi um encantamento, porque nunca me tinha passado pela cabeça que houvesse rosas tão bonitas em pleno deserto! Ao revê-las hoje, passa no meu espírito aquela inesquecível viagem. As dunas, a areia sem fim, o nada para além da areia...Areia, sempre areia. O  vento que, de repente, sem pedir licença, põe toda essa areia em alvoroço, depositando-a em tudo o que encontra, cegando-nos a vista, tranformando-nos em bonecos de areia...
O desero envia-nos para outros desertos, os nossos desertos.Talvez um tempo que passamos sozinhos, por vontade própria, para mais facilmente nos encontrarmos connosco, alheando-nos do mundo; ou talvez esse tempo em que, dolorosamente, atravessamos um caminho de não existência para ninguém; ou ainda aquela aridez em que a vida deixou de nos encantar, em que parece que nada faz sentido... Enfim, cada um sabe os desertos que já povoaram a sua vida. Mas há os oásis. O oásis é aquilo que nos faz suportar o deserto. É preciso experimentar realmente um, no meio do deserto, para perceber o seu papel na travessia das areias. A água...que festa! A sombra fresca duma palmeira...que preciosidade!
No final de contas, tudo nos pode servir de metáfora da própria vida. É só estar atento e tentar ler e ver para além do visível.

1 Comments:

  • At 8:17 AM, Blogger Lucinda said…

    Até a terra mais árida é capaz de produzir beleza! Mas, às vezes, para nos protegermos das "tempestades de areia" pomos aquelas palas que nos impedem de ver em redor, concentrando-nos apenas na areia...tentamos apenas seguir em frente protegendo-nos tanto que nos isolamos... e não só da areia...
    Se calhar temos de estar dispostos a deixar entrar uma ou outra areia nos olhos para termos a oportunidade de poder apreciar as "rosas".

     

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