GENTE QUE QUER CRESCER

Friday, November 27, 2009

ESPERAS

Todos nós já conhecemos as longas esperas em salas de consultas! Ficamos ali a secar, a secar...até que, finalmente chega a nossa vez. Este tempo pode ser uma óptima ocasião para exercitarmos a paciência, para treinar a atenção à respiração (meditação), ou para ler um artigo numa revista interessante que por ali tenha sido deixada.
Hoje, encontrei a revista que me deu "mote" para este texto. Era um artigo sobre psicolologia e psicoterapias. Falava-se da quantidade de gente que hoje procura o psicólogo ou o terapeuta. E que isso começa a ser uma coisa muito natural, sem ser preciso estar doente ou desorganizado para o dazer. A pessoa pode simplesmente precisar de falar de si num ambiente em que se sente totalmente ouvida e aceite. Sem se sentir julgada. Tendo a certeza da confidencialidade. E podemos não precisar de mais nada. Há tão pouco quem nos escute deste modo! Outras vezes a vida exige-nos tanto, que precisamos de alguém que esteja "de fora" para nos ajudar a decidir com mais clarividência. Antigamente (continuava o artigo), as religões faziam este papel. O confessionário, ou outro espaço acolhedor era, para a grande maioria das pessoas o lugar privilegiado para "se dizer". O psicólogo veio, em parte, substituir isso, só que de uma forma menos intuitiva e mais científica e...também mais cara.
Continuando a reflexão sobre estas e outras coisas, dizia o articulista: "A culpa não é da solidão, do virar do milénio, da aceleração do ritmo da vida, ou das novas tecnologias. Tudo depende da forma como cada um se arruma mentalmente (...) O que define o ritmo da vida, se este é alucinante ou não, depende da percepção de cada um, é uma construção humana que varia consoante a perspectiva com que a encaramos" (Vogue, Outubro, 2009)
Achei toda esta reflexão muito interessante. De facto, quando observo à minha volta, vejo pessoas que continuamente se queixam do ritmo da vida, do stress a que ela obriga da desorganização que provoca, etc.. Mas vejo também outras que seguem serenamente o seu caminho sem grandes queixas, e dando conta do recado, entenda-se do recado da sua vida. É, "tudo depende de como cada um se arruma mentalmente".
Então, para ajudar nessa arrumação mental, sugiro que abra a janela maior da sua casa, contemple o céu, deixe-se bafejar pelo ar, ouça os sons, sinta os cheiros, contemple a natureza (caso a veja), feche os olhos e guarde essa imagem dentro de si por uns longos instantes. Respire fundo e abra os olhos. Se puder ir até ao pedacinho de jardim mais próximo, faça isso lá. A calma da natureza ajuda a encontrarmos a nossa própria calma.
BOM TRABALHO.

Sunday, November 22, 2009

COLO...

Em leituras e revistas de fim de semana encontro sempre, mesmo numa ou outra revista mais superficial à primeira vista, algo que me interroga e alimenta.
Ontem, sábado, caiu-me nas mãos uma entrevistas com o psicólogo, psicanalista e psicoterapeuta, Eduardo Sá. De vez em quando aparece na TV e eu gosto sempre de o ouvir e ver, com o seu rosto de menino sereno e de bem com a vida. Pois diz ele, a certa altura da entrevista: "Nunca percebi porque é que o colo é unicamente tolerado em relação às crianças. Todos nós precisamos de colo. Todos nós deprimimos à falta dele".
São palavras muito incisivas, talvez muito fortes e muito pouco usuais na linguagem habitual, mas muito verdadeiras. "Todos nós precisamos de colo"... Eu acrescentaria, "de colo fisico e de outros colos". E todos nós, ou quase todos nós, reprimimos o desejo de o pedir. Precisamente porque nos disseram que isso era só para as crianças, esquecendo que todos trazemos cá dentro uma criança faminta! E esquecemos que muitas das nossas atitudes de hoje são, manifestamente, carência desse colinho porque tanto almejamos e que teimamos en não pedir ou não aceitar.
Quem quer ousar, começar a passear-se pela sua vida e identificar as necessidades de colo que ela (a vida) foi deixando em si? Recolhamo-nos por uns momentos, relaxemos, e momento a momento, ano a ano, vamos passando em revisão o que tem sido a nossa via, começando pelo hoje e recuando... recuando...até, talvez, ao seio da nossa mãe. Ou até onde tivermos coragem de ir. Vão ver que experiência fantástica vai ser essa viagem. E....BOA VIAGEM

Monday, November 16, 2009

PAISAGENS...

"A alma é uma paisagem. As paisagens da alma não podem ser comunicadas. Quanto mais fundo entramos nas paisagens da alma mais silenciosos ficamos." (Ruben Alves)

Thursday, November 12, 2009

ÁRVORE

Aproxima-se um fim de semana, que se anuncia chuvoso.
Gosto deste tempo de chuva, depois de um verão tão longo e intenso. Aprender a viver ao ritmo das estações é uma sabedoria ancestral, que os tempos modernos vão esquecendo cada vez mais. O Outono-Inverno são duas estãções que convidam ao recolhimento. Porque não aproveitar então uma tarde ou dia de chuva para ficarmos calmamente em casa, lendo um livro, escutanto uma música ou mesmo investindo na prática da meditação.
Para ajudar, aí vai mais uma sugestão de uma meditação pequeninna, mas que poderá ajudar a entrar em contacto com o melhor de nós, com a sede das nossas potencialidades, com as nossas emoções e a nossa intuição.
Procure um lugar sossegado. Relaxe durante alguns minutos, fazendo algumas respirações profundas e prestanto atenção à forma como se encontra o seu corpo.
Feche os olhos.
"Imagine-se como uma árvore imensa. Imagine, visualize ou sinta a sua raíz mergulhando profundamente na terra. Imagine que essas raizes são os seus antepassados. Respeite-os, agradeça-lhes e reverencie-os.
Agora olhe o tronco dessa árvore, das raizes até à copa. Imagine que esse tronco são os seus pais. Agradeça-lhes e reverencie-os.
Olhe agora para os ramos e veja em cada um deles um irmão. Ame esses ramos.
Imagine agora que as folhas desses ramos são os seus descendentes. Ame-os e respeite-os.
Finalmente observe o todo e admire, respeite e reverencia essa árvore.
Abrace essa árvore. Dê-çhe um nome e um sobrenome.
Desfrute dessa sensação gostosa de pertencer à sua árvore, de a sentir vive.
Respire profundamente e abra os olhos.