GENTE QUE QUER CRESCER

Friday, November 25, 2011

TOLERÂNCIA

Hoje, um grupo que se reune mensalmente para aquilo a que chamamos "Conversas na Academia", esteve a falar sobre tolerância. Foi uma conversa muito interessante em que fomos "partindo pedra" até chegarmos à conclusão que tolerância é sinónimo de aceitação das diferenças. A nossa linguagem às vezes induz-nos a erros. Quando dizemos que somos tolerantes com A ou B, com isto e aquilo, é como se nos colocássemos numa posição de superioridade. Eu existo, com a minha verdade, a minha forma de ver as coisas, as minhas posições bem definidas e aos outros... eu tolero-os. Ora bem, a conclusão a que chegámos vai bem mais longe. A autêntica tolerância exige que eu me ponha em pé de igualdade com o outro, aceitando-o tal como ele é, nem superior nem inferior, mas DIFERENTE. Alguém falou depois no direito à diferença. Penso que é isso mesmo. Todos nós temos os direito à diferença. Não para nos guerrearmos, mas para nos enriquecermos. Já alguma vez pensámos no enriquecimento que seria para nós saber aproveitar o que outros têm e nós não temos? Sobretudo a nível familiar e a nível dos nossos grupos como seriam mais pacíficas as coisas se tivessemos isso presente!

Wednesday, November 09, 2011

AO COMPASSO DO TEMPO

Não gosto dos dias pequeninos que se iniciam a partir da mudança de hora do mês de Outubro. Tenho a sorte de ver sempre o pôr-do-sol da minha casa (quando as nuvens não o cobrem, claro) e, constacto que, de dia para dia, o sol nos vai deixando cada vez mais cedo. Depois, fica toda aquela imensidão de noite em que somos forçados a trabalhar com luz artificial. Há pessoas que entram em depressão, sobretudo aquelas que não têm o tempo ocupado, ou cuja vida é muito vazia de conteúdos. Para pessoas de idades muito avançadas isto torna-se por vezes problemático. Que fazer com tantas horas à frente sem nenhuma ocupação, muitas vezes sem poder ler ou enterter-se com qualquer outro passatempo! Resta a companhia da televisão que acaba por aborrecer. E a música, para quem aprendeu a apreciá-la.
Poderá ajudar a sabedoria de sabermos estar connosco. A certeza de que a nossa vida continua a ser a maior  preciosidade, mesmo quando ela se aproxima do fim. Mas isso tem de ser preparado. Leituras construtivas poderão ajudar a preencher aquele espaço interior de solidão que sempre nos acompanha. O hábito da meditação, como tantas vezes tenho sugerido aqui, poderá ser também uma óptima ajuda. E depois, há também aquele dever da comunidade estar alerta para as pessoas sós e dentre essas, para as solitárias. Porque, não é a mesma coisa.
Para quem tem o hábito de uma vida mais espiritual, este tempo é propício a voltar-se para dentro, numa actividade de reconstrução interior, de encontro consigo e com a sua dimensão transcendental. No fundo, só isso nos pode libertar da solidão. Porque a solidão não é tanto a ausência dos outros, mas antes a ausência de nós próprios - a saudade de nós - que só o aprender a parar pode solucionar.