GENTE QUE QUER CRESCER

Wednesday, November 23, 2005

OUTONO

"O crepúsculo e o Outono fazem-nos retornar à nossa verdade. Dizem o que somos. Metáforas de nós mesmos, eles nos fazem lembrar que somos seres crepusculares, outonais. Também somos belos e tristes..."
(Em "Presente" de Rubem Alves)

Monday, November 21, 2005

"Ver o mundo num grão de areia e o céu numa flor, acolher o infinito na palma da mão e a eternidade numa hora."

(William Blake)

Wednesday, November 16, 2005

MEDITAR

Ontem, aconteceu o segundo encontro de meditação no espaço RUAH. De futuro, acontecerá semanalmente à terça-feira, das 21 às 22 horas. Estavam oito pessoas, algumas trazidas pelas que já conheciam o espaço e que meditavam pela primeira vez. Havia quem viesse meditado só para "ver como é". Relaxamos, meditamos durante cerca de 45 minutos. Depois, em jeito de partilha, fomos falando das satisfações que tínhamos encontrado, das tomadas de consciência, das dificuldades. Quando tudo terminou, dei comigo a reflectir sobre a riqueza da meditação. Estavam ali oito pessoas que mal se conheciam e isso não impediu que falassem das suas vivências com toda a abertura e simplicidade. Não se perderam em generalidades nem em teorias. Falaram de si mesmas e daquilo que tinham vivido. Se calhar, pensei eu, esta é a melhor forma de unir as pessoas e de as ajudar a centrarem-se em si próprias para, mais eficazmente, se abrirem aos outros. Saindo do corre-corre, deixando a mente serenar, é como se o nosso lago interior se tornasse mais límpido e nos permitisse ver as coisas com mais clareza. Neste sentido, cito Salle Merril Redfield em "O Prazer de Meditar", quando diz:
"Pelo facto de a mente ser limpa de tudo o que é supérfluo e da algaraviada sem sentido, parece que ficamos com mais tempo e clareza para dar atenção aos pormenores necessários. O tempo parece abrandar de velocidade e nós podemos, não só ficar à frente do movimento, como também deter-nos para sentir o aroma das flores simbólicas. Podemos reflectir e ser. Evidentemente, todas estas mudanças são assentes na experiência. Ninguém pode compreender esta alteração, enquanto não tivar sentido pessoalmente o seu efeito".

Friday, November 04, 2005

CRENÇAS

"Era uma vez um homem guloso que estava num mercado a comprar bombons. Viu uns vermelhos, lindos, embora caros. Comprou um saquinho deles e foi-se instalar à sombra duma árvore a apreciá-los. Ao trincar o primeiro, começou a espirrar, a transpirar e a chorar. Pegou no resto do bombom e levou-o também até à boca. E continuou a transpirar, a chorar. Ao cabo de dois bombons inteiros , já deitado no chão e em liquefação, viu aproximar-se dele um homem que lhe disse preocupado:
- O que o senhor está a comer são malaguetas! devem ser comidas com parcimónia!
- Pensava que eram bombons... respondeu-lhe.
- Mas agora, que já percebeu que eram malaguetas, pare de as comer!
- Depois de ter pago tanto dinheiro por elas? Nem pensar. Tenho de as comer todas.
Às vezes, as crenças que transportamos connosco só nos fazem sofrer. Não são boas para nós. Mas, pôr em questão dez, vinte, trinta ou mais anos de experiência e de crenças, parece ser tão difícil como era para aquele senhor deitar para o lixo um saco ainda cheio de malaguetas tão caro."