GENTE QUE QUER CRESCER

Wednesday, January 30, 2008

SENTA-TE...


"Senta-te diante dos factos como uma criança e prepara-te para sacrificar todas as noções e preconceitos. Segue humilde por toda a parte e por todos os abismos por onde a natureza te levar, ou não aprenderás nada".


(T.H. Huxley)

Tuesday, January 29, 2008

PARTILHHANDO...

Das minhas leituras matinais:

"Mostre-se sereno e calmo, escute a todos, mesmo discordando, eles também têm algo a dizer. Um acordo é a solução quando se busca a verdade".

Esta frase vem duma caixinha de pensamentos vinda do Brasil. Habituei-me a ir lá cada manhã. Às vezes aparece mesmo aquele impulso de que preciso para começar o dia. Uma espécia de Bíblia, outro dos livros que consulto cada manhã ou cada noite. O alimento espiritual, o da alma, que tão frequentemente esquecemos. Às necessidades do corpo estamos mais atentos, porque conhecemos melhor os seus sinais, as suas queixas...É bom aprendermos a conhecer os sinais da alma faminta. Ela também se queixa. Também tem fome...e sede.

Sunday, January 27, 2008

VER DEUS...

Já aqui tenho referido um grandes mestre espiritual dos nossos tempos, Alselm Grün, monge beneditino, vivendo na Alemanha. Sintonizo muito com a sua forma de ver Deus e de reflectir sobre as coisas espirituais. Ele não coloca estas coisas num lugar inacessível, como que reservadas a ums tanto iniciados. Bem pelo contrário, para ele, a espiritualidade, Deus, fazem parte das coisas maius comesinhas do nosso quotidiano. Para este mestre, Deus ocupa o nosso cerne e o cerne de tudo. E podemos encontrá-lo tanto na dor como nas alegrias e em tudo o que constituem o nosso dia-a-dia. Só é preciso "VER".
"Não adianta perder tempo, diz Anselm Grün, discutindo se Deus é justo ou injusto. Pois então eu não estou em Deus: falo sobre Deus. O que importa é simplesmente olhar o que está aí, admirar o mistério da criação ao redor de mim. Observando as ondas do mar, o nascer do sol, o parto da cabra ou o voo da águia que corta os ares, estou vendo a Deus. Não preciso ficar reflectindo sobre Deus. Também não vou atrás de uma prova da existência de Deus. Eu simplesmente contemplo. E, no contemplar, experimento a Deus."

Isto diz o autor, a propósito da experiência de Jó, no seu livro: "Se quiser experimentar Deus". Não sei como soa isto aos meus leitores. A mim, soa-me ajustado.

Monday, January 21, 2008

A VIDA

"E se a vida fosse uma grande porta...E se eu ficasse diante dela, sem saber se deixar entrar, se sair...E se assim ficasse indeciso com a mão no puxador, sem asber que fazer perante a vida, a morte, este acontecimento, esta amizade...Saio sem bater? Abro a quem bate? Saio de qualquer maneira ou deixo a porta aberta? Já era quase tarde quando descobrir que deixar entrar era sair de mim..."
(Vasco Pinto de Magalhães, em Não há soluções, há caminhos)

Gostei desta reflexão sobre a vida. Há dias, alguém dizia-me: "Estou um bocado em baixo...Acordo de manhã e dou comigo sem ter um coisa concreta que me entusiasme, sem ter objectivos definidos para a minha vida...e fico ali a dar voltas à cabeça".
Talvez não seja preciso "dar voltas à cabeça". Talvez seja uma questão de olhar para a vida, com olhos de quem vê ou de quem que ver, deixar que a porta se abra e entrar! Talvez para a surpresa, talvez para o maravilhamento ou talvez também para o sofrimento, a experiência sempre nova, talvez, talvez...Mas, ENTRAR e deixar entrar, e abrir-se. Tudo é melhor do que ficar parado ou parada diante da porta, sem ousar bater, sem ousar entrar ou sair. A VIDA É COMO UMA PORTA!...

Friday, January 18, 2008

NÃO CORRAS...


"O poeta espanhol Juan Ramon Jimenez apresentou, num poema, o caminhar lento como uma aproximação de mim próprio:
Não corras,
vai devagar,
só precisas de ti próprio te aproximar!
Vai devagar,
não corras,
porque o filho do teu eu,
o eterno recém-nascido,
não te pode acompanhar.
Por detrás deste discurso de defesa da lentidão está um ponto de vista importante: o objectivo da nossa vida não é ter estado em toda a parte, não é ir a todo o lado e não chegar a parte alguma. Pelo contrário, o objectivo passa por chegar a nós mesmos. E isso só é conseguido por aqueles que caminham devagar, por aqueles que dão os seus passos de forma consciente".
(Anselm Grün, em Ao ritmo do tempo dos monges".
Por mim, como já aqui afirmei muitas vezes, concordo plenamente com esta sabedoria do encontro consigo. Para alguns pode ser masoquismo, egoísmo, ou outro "ismo" qualquer. Para mim, trata-se tão simplesmente de CONSCIÊNCIA. De estar "todo em tudo o que faço" nas palavras de Fernando Pessoa. Trata-se de não correr superficialmente sobre as coisas, como borboleta, mas de absorver cada coisa, cada instante com toda a sua imensa riqueza. É a diferença entre ser borboleta e ser abelha...Já repararam como são diferentes?

Tuesday, January 15, 2008

DITADO HINDU

"Há um ditado hindu que diz que quem tem uma planta daninha no jardim não deve tentar arrancar-lhe a raíz nem escondê-la por detrás doutras plantas. Deve, isso sim, aceitar que essa planta fique onde está. E aceitar que não gosta dela. E depois, plantar outras plantas ao lado e regá-las, regá-las. Dar-lhes todo o amor e atenção e não regar a daninha.
Pouco a pouco, as raízes das boas plantas expandir-se-ão e a má planta enfraquecerá e acabará até, se calhar, por morrer".
(Luís Simões, em "Goste de Si")
Muito sábio este provérbio. Às vezes passamos o tempo a detestar algo de que não gostamos em nós. A irritar-nos porque não conseguimos extirpar isso que nos incomoda: uma impaciência desmesurada, uma agressividade, uma teimosia e tantas outras coisas que fazem parte da nossa sombra. E tanto nos irritamos com isso, que nem vemos as boas plantas que crescem ao lado - ou que querem crescer se olharmos para elas e as regarmos. A ACEITAÇÃO - da sombra e da luz em nós - é o caminho mais seguro, e se calhar o mais fácil, para vivermos felizes e para evoluir.