GENTE QUE QUER CRESCER

Saturday, November 24, 2007

AZEVINHO

Há dias, passeando num parque encontrei um azevinho todo "florido". Trouxe-o comigo e, aqui o deixo, para lembrar a quem ler este texto, duas coisas: primeiro que esta árvore tão bonita, que "floresce" ou tem estas bagas tão vermelhas, que parecem flores, no Inverno, é uma espécia protegida e que, por isso, temos uma dupla obrigação de a acarinhar; segundo que ela nos diz: está o Natal á porta.
Inverno, Natal...Porquê o Natal no coração do Inverno? Não sei. Nunca me interroguei sobre isso. O Natal tem a ver com o dia do Sol (depois cristianizado com o nascimento de Cristo). E o grande SOL no coração do Inverno não quererá alimentar a nossa esperança numa Primavera de vida? Talvez.
Kahlil Gribran também pensa assim:
"Se o inverno dissesse:
Tenho no coração a primavera",
quem acreditaria nele?
Sinto-me como um coração semeado
no coração do inverno
e sei
que a primavera está chegando.
Meus regatos voltarão a fluir
e a pequena vida que dorme em mim
brotará na superfície
ao primeiro chamado...

Saturday, November 17, 2007

HOJE...

Hoje, o meu dia foi completo e sereno. Teve alma. Nos pequenos afazeres deste dia encontrei muita gente. Mas hoje ENCONTREI mesmo as pessoas! Era como se as conhecesse a todas. A todas e a cada uma dava um sorridente "bom dia", "boa tarde", "bom fim-de-semana"... E o engraçado é que todas me retribuiam com igual sorriso. Linda a vida quando, dentro de nós, tudo está certo. Quando sabemos dar densidade aos nossos gestos, ao nosso olhar, à nossa presença.
Já ao fim da tarde, quando regressava a casa, o céu abria-se em nuvens douradas, coando a luz de um sol que se escondia. Luz outonal! Pacificadora, convidando ao recolhimento. E é como se tivesse guardado toda essa gente com quem me cruzei, dentro de mim num abraço imenso. Apetece-me rezar: que Deus as proteja e guarde os seus sonhos.
E agora, folheando um livro de Rubem Alves "Presente", leio:
"Reverência pela vida é uma condição interior,
um perfume que envolve todas as coisas e nos enche de respeito
para com tudo aquilo que vive".

Saturday, November 10, 2007

ANJOS

Anjos...Está na moda falar de anjos. Da sua presença invisível, mas protectora junto de nós, da sua acção, das revelações de anjos, etc.. Alguns perguntam se existem mesmo. Outros acreditam firmemente na sua existência e actuação. Outros ainda são totalmente cépticos em relação aos anjos e a qualquer outra possibilidade de manifestações do mundo invisível. O certo é que o mundo invisível é isso mesmo - invisível aos nossos olhos de humanos, solidamente ancorados no nosso Planeta azul. Há outros mundos? Há outras dimensões? Que relação têm elas connosco, os terrestres? Cada um terá os seus motivos para acreditar ou não acreditar...E cada um terá de procurar as suas respostas.
O poeta José Maria RILKE acreditava, de certeza nos anjos, pois escreveu este poema tão sugestivo sobre eles:
"Os Anjos tornaram-se tão discretos!
O meu já nem me faz perguntas.
...Não te movas se, de repente,
O Anjo se senta à tua mesa;
alisa, com vagar, os breves vincos
que a toalha faz debaixo do teu pão.
Convida-o para a modesta refeição,
que também ele lhe saboreie o gosto.
E possa levar aos lábios impolutos
um pobre copo de uso quotidiano"

Wednesday, November 07, 2007

ENTARDECER

Não é uma foto do entardecer no sentido real. Não é uma foto daquele momento em que o sol nos diz adeus, até logo, vou aquecer e iluminar outros...Não, esta foto para mim fala-me do entardecer do TEMPO que, ritmicamente, vai caminhando do esplendaor da Primavera até à sonolência do Inverno. Fala-me também do entardecer da vida, que alguns encaram com angústia, com tristeza, como se caminhássemos para um fim. E, reparem: não é linda e forte esta imagem? Não tem beleza? Para mim tem e não me canso de contemplar e de fotografar árvores e folhas outonais. Para mim, são lindas e pronto. Não me perguntem porquê. Rambém o entardecer da vida tem beleza e...sabedoria.

Friday, November 02, 2007

EU CANTAREI

Eu cantarei,
Quando a manhã abrir as portas do meu esforço,
Eu cantarei,
Quando o alto dia me fizer fechar os olhos,
Eu canatrei,
Quando o crepúsculo limar as arestas,
Eu cantarei,
Quando a noite entrar como a imperatriz vencida.
Eu cantarei a Tua Glória e o meu desígnio.
Eu cantarei,
E nas estradas ladeadas por abetos,
Nas áleas dos jardins emaranhados,
Nas esquinas das ruas, nos pátios
Das casas-de-guarda,
A Tua Vitória entrará como um som de clarim.
E o meu desígnio esperá-la-à sem segundo pensamento.

Álvaro de Campos

Eu cantarei a Vida, o Amor, a Paz, a Amizade e a Beleza. Eu cantarei o sol exuberante que nos aquece e anima. Eu cantarei o olhar da criança, o enamoramento dos jovens, a serenidade do ancião...Eu CANTAREI, porque eu não posso não cantar.