ESPERAS
Todos nós já conhecemos as longas esperas em salas de consultas! Ficamos ali a secar, a secar...até que, finalmente chega a nossa vez. Este tempo pode ser uma óptima ocasião para exercitarmos a paciência, para treinar a atenção à respiração (meditação), ou para ler um artigo numa revista interessante que por ali tenha sido deixada.
Hoje, encontrei a revista que me deu "mote" para este texto. Era um artigo sobre psicolologia e psicoterapias. Falava-se da quantidade de gente que hoje procura o psicólogo ou o terapeuta. E que isso começa a ser uma coisa muito natural, sem ser preciso estar doente ou desorganizado para o dazer. A pessoa pode simplesmente precisar de falar de si num ambiente em que se sente totalmente ouvida e aceite. Sem se sentir julgada. Tendo a certeza da confidencialidade. E podemos não precisar de mais nada. Há tão pouco quem nos escute deste modo! Outras vezes a vida exige-nos tanto, que precisamos de alguém que esteja "de fora" para nos ajudar a decidir com mais clarividência. Antigamente (continuava o artigo), as religões faziam este papel. O confessionário, ou outro espaço acolhedor era, para a grande maioria das pessoas o lugar privilegiado para "se dizer". O psicólogo veio, em parte, substituir isso, só que de uma forma menos intuitiva e mais científica e...também mais cara.
Continuando a reflexão sobre estas e outras coisas, dizia o articulista: "A culpa não é da solidão, do virar do milénio, da aceleração do ritmo da vida, ou das novas tecnologias. Tudo depende da forma como cada um se arruma mentalmente (...) O que define o ritmo da vida, se este é alucinante ou não, depende da percepção de cada um, é uma construção humana que varia consoante a perspectiva com que a encaramos" (Vogue, Outubro, 2009)
Achei toda esta reflexão muito interessante. De facto, quando observo à minha volta, vejo pessoas que continuamente se queixam do ritmo da vida, do stress a que ela obriga da desorganização que provoca, etc.. Mas vejo também outras que seguem serenamente o seu caminho sem grandes queixas, e dando conta do recado, entenda-se do recado da sua vida. É, "tudo depende de como cada um se arruma mentalmente".
Então, para ajudar nessa arrumação mental, sugiro que abra a janela maior da sua casa, contemple o céu, deixe-se bafejar pelo ar, ouça os sons, sinta os cheiros, contemple a natureza (caso a veja), feche os olhos e guarde essa imagem dentro de si por uns longos instantes. Respire fundo e abra os olhos. Se puder ir até ao pedacinho de jardim mais próximo, faça isso lá. A calma da natureza ajuda a encontrarmos a nossa própria calma.
BOM TRABALHO.